"Se queres prever o futuro, estuda o passado." (Confúcio)

domingo, 18 de outubro de 2009


Cubismo


O marco inicial do Cubismo ocorreu em Paris, em 1907, com a tela Les Demoiselles d''Avignon, pintura de Pablo Picasso. Nesta obra, o artista espanhol retratou a nudez feminina de uma forma inusitada, onde as formas reais, naturalmente arredondadas, deram espaço a figuras geométricas perfeitamente trabalhadas. Tanto nas obras de Picasso, quanto nas pinturas de outros artistas que seguiam esta nova tendência, como, por exemplo, o ex-fauvista francês – Georges Braque.

A vanguarda cubista, foi um movimento artístico que surgiu no século XX e foi considerado o mais influente deste período. Com suas formas geométricas representadas, na maioria das vezes, por cubos e cilindros, a arte cubista rompeu com os padrões estéticos que primavam pela perfeição das formas na busca da imagem realista da natureza. A imagem única e fiel à natureza, tão apreciada pelos europeus desde o Renascimento, deu lugar a esta nova forma de expressão onde um único objeto pode ser visto por diferentes ângulos ao mesmo tempo.

A qualidade provocativa de toda a arte cubista deriva de sua ambivalência entre a representação e a abstração. No limite da dissolução do objeto em suas partes componentes, as alusões ao mesmo oscilam dentro e fora da consciência.

Historicamente o Cubismo se dividiu em duas fases:

• Cubismo Analítico - caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.

• Cubismo Sintético - reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.

Cabe ressaltar ainda que, geralmente são citadas três fases do Cubismo, contudo, esses termos não são considerados adequados, uma vez que tentam estabelecer grandes diferenças estéticas dentro de um estilo em processo de definição e evolução. Embora não seja o correto, apresentar-se-á o que chamam de primeira fase das demais:

• Cubismo Cézanniano: também chamado de pré-analítico foi a fase que iniciou o movimento do cubismo. Baseava-se na obra de Cézanne, sobretudo no carácter analítico das formas e planos de cor, que influenciou a análise de paisagens e objetos. A poderosa sensação de volume, peso, corpo e espaço, compensavam as perdas. A abstração predomina no fundo, assim como, o amarelo e sombreados laranja-escuro.

Seguindo esta linha de pensamento, esta vanguarda, pretende representar os objetos, abstraindo a sua “aparência imediata”. Além disso, como adversários da representação direta dos objetos, pretendiam, partindo da ciência e dos seus métodos, criar uma arte inteiramente nova, que se dirigisse especialmente á inteligência e ao espírito. Apesar de ser considerado um ato de percepção individual, o movimento possuía coerência; ressaltando ainda, a inspiração na arte africana (sua "racionalidade") e no princípio de "realização do motivo" de Cézanne.

O pintor Cubista, representa simultaneamente na tela, vários aspectos de um mesmo objeto, ou seja, representa aquilo que conhece ou entende ser o objeto, e não apenas a imagem óptica desse objeto, bem como descarta completamente a intenção de imitação. O Cubista, rejeita a representação num espaço pictórico projetado para além do plano do quadro, em vez disso, cria um espaço “estreito”, que aceita a materialidade objetiva da tela, e nesta desenvolve uma superfície onde os objetos plásticos se situam e se inter-relacionam.

Em decorrência disso, em 1912, surge a técnica inovadora da colagem, tentando demonstrar que o quadro pode ser um objeto capaz de sensibilizar o observador, apenas pela simples disposição dos elementos materiais que o compõem; e que, por outro lado, não é necessário que estes elementos tenham qualquer afinidade entre si (areia, vidro, espelho, tecido, etc.), podendo mesmo ser objetos do cotidiano investidos com um valor estético.

Cita-se como principais características cubistas:

• geometrização das formas e volumes;

• renúncia à perspectiva;

• o claro-escuro perde sua função;

• representação do volume colorido sobre superfícies planas;

• sensação de pintura escultórica;

• cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.

Após ter início com Braque e Picasso, vieram a aderir ao Cubismo, Fernand Léger em 1908; Robert Delaunay, Gleizes, Le Fauconier, Metzinger, Francis Picabia e o escultor russo Archipenko em 1909; Roger La Fresnaye, Marcoussis, Jacques Villon (Gaston Duchamp) e seu irmão Marcel Duchamp em 1910; a adesão de Juan Gris e a fundação do “Salon de la Section d’Or”, em 1911.

O cubismo teve influencia na França, Europa, EUA, Portugal e no Brasil. Neste somente após a Semana de Arte Moderna de 1922. Mesmo assim, não encontra-se artistas com características exclusivamente cubistas em nosso país. Muitos pintores brasileiros foram influenciados pelo movimento e apresentaram características do cubismo em suas obras. Neste sentido, podemos citar os seguintes artistas : Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti.

O fim do movimento cubista deve-se à eclosão da Primeira Guerra Mundial, em agosto de 1914. Não obstante, pelas suas características abstratas, foi bastante adaptável, inspirando movimentos como o futurismo, o orfismo, o purismo e o vorticismo.



Cubismo na Escultura

A escultura cubista, cujos principais nomes formam Brancusi, Gonzalez, Archipenko, Lipchitz, Duchamp-Villon e Henri Laurens, desenvolveu-se separadamente da pintura, apesar do intercâmbio inicial de idéias-chave. Entre os escultores, Duchamp-Villon, merece ser citado. É considerado um dos primeiros escultores cubistas e realizou uma tentativa de conceituação da escultura cubista, relacionando-a à arquitetura. A peça em bronze "O Cavalo", com seu efeito dinâmico, é um bom exemplo de sua obra.

Diante do exposto, o grupo observa, que o cubismo é uma forma de o artista se expressar com maior liberdade, sem ter que estar preso á forma de um modelo, podendo criar conforme a sua imaginação e inspiração.

Karoline Zanetti

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

muito bom

26 de março de 2015 às 15:24

 

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